O
Maratona Clube de Portugal vai realizar, na 5.ª feira, 16, o sonho de Maria de
Fátima Fonseca, atleta paraolímpica brasileira de 28 anos, de conhecer o
Santuário de Fátima. À atleta, natural de Fortaleza, foi diagnosticada à nascença uma
mielomeningocele, uma má-formação congénita que afeta a espinha dorsal,
deixando-a definitivamente sem o movimento das pernas. Ainda assim, Fah, como é
conhecida começou a praticar basquetebol adaptado e mais tarde começou a fazer
corrida.
"Fah" é bicampeã da meia maratona do
Rio de Janeiro, campeã da maratona de São Paulo, detentora de 21 recordes na
carreira e estreou-se no ano passado nos Jogos Paralímpicos, no seu país,
correndo a maratona, os 1.500 metros e os 5.000 metros. “A minha vida foi difícil desde que nasci mas com a ajuda da minha família, amigos e Nossa Senhora de Fátima, consegui superar todos os obstáculos e hoje em dia sou uma atleta bem-sucedida e uma pessoa feliz. Quero ir ao Santuário agradecer” afirma a atleta.
O Maratona Clube de Portugal organiza este fim-de-semana (dias 18 e 19), mais uma edição
da “CTT Wheelchair Racing” e Maria de Fátima será uma das estrelas da prova. O
Maratona irá ajudar a realizar o sonho de Fah. “Revejo-me plenamente na
história de superação da Fah e terei todo o gosto em acompanha-la na visita que
sei que tão importante é para ela” revela João Correia, primeiro atleta
paraolímpico a trazer medalhas internacionais para Portugal e responsável pela
organização da prova em cadeira de rodas.
“Com três dias, fiz uma cirurgia na
coluna e fiquei em observação. Depois de passarem algumas horas, os médicos
saberiam se eu teria que usar válvula no crânio ou não. Minha mãe, então, se
entregou à Nossa Senhora de Fátima e disse que se não fosse preciso usar a
válvula, eu ia-me chamar Fátima”, conta a atleta. “O meu corpo foi-se formando
e, como minha deficiência vem da coluna, ela não aguentou por muito tempo. Foi
logo quando eu estava entrando na adolescência. A minha adolescência foi a pior
possível, porque eu parei de andar, só ia da casa para o colégio e do colégio
para casa e não tinha nem cadeira de rodas”, recorda.
Maria de Fátima Fonseca começou a
praticar basquetebol, mas, aos 18 anos conheceu o atletismo e passou a se
dedicar a este desporto. Para se aprimorar, mudou-se para Santos (SP), onde
conheceu o treinador Eduardo Leonel e os dois começaram a trabalhar juntos.(Texto e foto: Imprensa MCP)
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